terça-feira, 8 de junho de 2010

Sobre um sonho portenho, e um pé atrás

JUAN ROMÁN RIQUELME

Dez em cada dez times brasileiros sonham com esse jogador, que o Boca Juniors parece não fazer tanta questão de segurar a qualquer custo. Ele já dispensou a Seleção Argentina por discordar do treinador Maradona.

Com 31 anos (fará 32 neste mês), ele já atuou por Boca Juniors, Barcelona e Villareal. Ele já ganhou a Primeira Divisão Argentina em quatro oportunidades e a Copa Libertadores três vezes, com um título mundial.

Mas, ultimamente, ele vem sendo criticado pela imprensa e pela torcida boquense. Estaria seu fim chegando? O fato é que ele já disse que quer encerrar sua carreira em La Bombonera.

Sorín revelou no programa "Bastidores", da Itatiaia, que o Cruzeiro está tentando contratar o meia argentino. Corinthians, Flamengo e Palmeiras também já sondaram Riquelme. Juampi disse que conversou com o jogador do Boca na tentativa de convencê-lo, e que depende de acerto financeiro entre as duas partes.

Apesar de gostar do futebol de Riquelme, fico com um pé atrás, caso ele venha. É inegável que ele é um grande talento, mas seu futebol teve uma queda nos últimos tempos. Sua carreira está se aproximando do fim. Ele tem provocado alguns problemas de relacionamento (com a imprensa, treinadores e companheiros, como Martín Palermo).

Precisamos saber se viria o Riquelme das últimas grandes conquistas do Boca – aquele jogador que acabou com a Raposa nas oitavas da Libertadores – ou o jogador apagado dos últimos tempos. Além disso, ele provavelmente levaria um bom tempo para se adaptar ao futebol brasileiro e à preguiça dos brasileiros.

Eu gostaria muito de ver o grande Juan Román Riquelme com a camisa 5 estrelas. Mas fico receoso que venha um projeto de jogador.

Um novo Cruzeiro

Foto: VipComm/Arquivo
Hoje o técnico Cuca foi confirmado como novo comandante celeste. Confesso que ele está muito aquém do que eu esperava. Quando ouvi a diretoria dizer que traria um técnico de ponta, pensei em Felipão e, mais ninguém. Entretando, houve negativa dele e também de Ney Franco e Joel Santana.

Nesta noite, durante o programa "Bastidores" da Rádio Itatiaia, o grande Juan Pablo Sorín disse que a diretoria sondou através dele os argentinos José Pekerman e Carlos Bianchi. Os dois foram treinadores da Seleção Argentina. Acho que o objetivo da diretoria, com esses dois nomes, seria o de ter quem cobre raça dos atletas, que andam apáticos. Biachi teria dito que quer curtir a aposentadoria, enquanto Pekerman provavelmente não teve um acerto financeiro.

É muito difícil um técnico estrangeiro dar certo no Brasil. Poucos obtiveram algum sucesso. Os casos mais recentes foram de desastre. Daniel Passarela não conseguiu colocar o Corinthians nos trilhos. Jorge Fossati, mesmo classificando o Internacional para a semi-final da Copa Libertadores, não resistiu às críticas e saiu do time gaúcho.

Cuca fez trabalhos razoáveis no Botafogo dentro do Campeonato Carioca, mas sempre sofria com a sina de pé-frio e eterno vice. Só no ano passado ele conseguiu conquistar o estadual, pelo Flamengo. O último trabalho notável dele foi pelo Fluminense no ano passado, quando evitou que o time fosse rebaixado no Brasileirão. Todos os matemáticos diziam que o tricolor tinha 99% de chances de rebaixamento. Mas ele e seus comandados reverteram a lógica e se livraram da segunda divisão na última rodada.

Neste ano, porém, o Fluminense não engrenou, apesar de ter avançado às quartas-de-final da Copa do Brasil. Ele então foi dispensado e estava desempregado até hoje. Não sei é a melhor opção para o Cruzeiro. Penso que os jogadores precisariam de um general neste momento, alguém tipo um Felipão, para que eles se sentisse pressionados e começassem a jogar de verdade.

Em 2007, quando o Cruzeiro dispensou Dorival Júnior para contratar Adilson Batista, eu estava passando uma temporada nos EUA. Lá em Nova York, pela internet, eu acompanhava ansioso a preparação celeste para o ano de 2008. Não concordei com a saída de Dorival. Ele havia pegado o time com a temporada em andamento e quase foi campeão. A zaga instável prejudicou o excelente desempenho do ataque na época. Fiquei extremamente desconfiado do Adilson que estava por vir e também critiquei.

Com o passar do tempo, Adilson montou um Cruzeiro competitivo, que disputou com um bom desempenho todos os campeonatos que disputou, com a exceção do estadual deste ano. Assim como em 2007, fui contra a saída do treinador, mas, desta vez, foi ele quem pediu demissão. Ele não aguentou a pressão de parte da torcida e da imprensa.

É por isso que, apesar de hoje não concordar, espero que Cuca nos surpreenda e dê muitas alegrias para a China Azul. Quero poder, depois do Brasileirão, dizer que o treinador queimou minha língua.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Ressuscitação

Atlético Goianiense 2 x 1 Cruzeiro

Não tem condição. O time celeste não pode perder para o lanterna do campeonato, mesmo que o jogo seja fora de casa. Essa má fase tem que acabar após the excursion throught the USA.

Não temos técnico e não temos zaga e tampouco um ataque (só meio ataque, como Thiago Ribeiro). Tínhamos plenas condições de estarmos na liderança deste campeonato, mas estamos em 11º lugar.

A diretoria, morosa como sempre, afirma que não tem pressa para arrumar um treinador. Segundo a presidência e a diretoria de futebol, só será contratado um técnico de ponta. Eu não quero nem imaginar o que realmente poderia vir. Não consigo pensar no Cruzeiro com um comandante como Joel Santana, Parreira ou Cuca.

Nem vou comentar sobre o jogo, no qual a Raposa se esforçou para dar uma sobrevida a um defunto. Não são raros os momentos nos quais o time ressuscita algum defunto. O que realmente queremos é que renasça o espírito guerreiro e vencedor que faz parte da história celeste.

domingo, 6 de junho de 2010

Tchau Adilson e Tchau Celestino Raposo

Foto: Washington Alves/VipComm

Adilson Batista se foi de vez. Ele é o maior depenador dos últimos tempos. Com ele, nossa invencibilidade contra o time de Vespasiano foi digna da história. Uma final de Libertadores e disputa real de títulos de Campeonatos Brasileiros. Por tudo isso, muito obrigado, Adilson. Mas, como ele declarou que domingo seria seu último dia no comando cruzeirense, a diretoria resolveu dispensá-lo de uma vez.

Com Emerson Ávila interinamente como técnico, sinceramente não sei o que esperar do time contra o Atlético Goianiense, um dos piores do campeonato. Estamos no sexto lugar. Poderíamos estar bem melhor. Talvez a bagunça atual da direção do clube esteja se refletindo na atuação dos jogadores em campo. Será muito importante que o time recupere sua autoestima. A parada para a Copa do Mundo ajudará muito nesse processo. Que em Goiânia o time reflita as boas atuações do ano passado e fique bem na tabela.

Hoje é o último dia de futebol antes da Copa do Mundo. Mesmo com técnico interino, espero que o Cruzeiro consiga uma grande vitória fora de casa contra o pior time do campeonato. Tomara que os jogadores e o clube se reestruturem durante a parada. E que, depois da Copa, a Raposa renove suas forças e siga rumo ao título brasileiro.

Hoje foi meu último dia no jornal "Super Notícia" como Celestino Raposo. Foi com muito amor ao único time cinco estrelas do mundo que estive lá todo esse tempo defendendo o Cruzeiro, cornetando, cobrando, comemorando, gozando os adversários.

Fiz o melhor que pude neste espaço. Espero ter honrado o nome do Cruzeiro e ter representado bem a China Azul, maior torcida de Minas Gerais e única do Estado que pôde comemorar Liberadores, Supercopa e Copa do Brasil. Muito obrigado a quem me acompanhou lá. Agora vou continuar escrevendo por aqui.

Nem o céu é o limite para o amor do cruzeirense.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Toca da Raposa 3 fechou-se para o espetáculo

O Mineirão agora está fechado para o Cruzeiro. O reencontro com o Gigante da Pampulha agora será apenas no final de 2012 ou em 2013. Já pensou quanto tempo longe da Toca da Raposa 3? Isso mesmo, Toca 3.

Desde a inauguração do Mineirão, em 1965, nenhum time foi mais vencedor do que o Cruzeiro nesse chão sagrado do futebol mineiro. Foram Libertadores, Supercopas, Copas do Brasil, Taça Brasil, Campeonato Brasileiro, Campeonatos Mineiros e Copas Sul-Minas. Foram jogos históricos que a Raposa fez no estádio, como Cruzeiro 0 x 0 Bayern de Munique, Cruzeiro 6 x 2 Santos (de Pelé e cia.), Cruzeiro 5 x 4 Internacional, Cruzeiro 3 x 0 River Plate e vários 5 x 0 no time de Vespasiano.

A era Mineirão do futebol mineiro é sinônimo de Cruzeiro. E o maior público absoluto (e que nunca mais será alcançado) aconteceu em 1997, quando o Cruzeiro derrotou o Villa Nova frente a 132.834 testemunhas. Eu estava lá, sempre estive no Mineirão, minha casa, o lar do time do meu coração. Fui de geral, vi o Gigante da Pampulha tremer como nunca. Vi uma torcida apenas pintar o estádio de azul e toda Minas Gerais com o esplendor glorioso dos grandes espetáculos. Sim, no maior público do Mineirão, a China Azul mostrou porque somos o maior clube e a maior torcida de Minas Gerais.

Ontem, o goleiro Fábio foi homenageado no Hall de entrada do Mineirão, onde deixou as marcas das suas mãos. Ele já é um dos maiores defensores da história do estádio. O único atleta que é unanimidade no elenco cruzeirense atual merece a homenagem. Que ele esteja nos dando felicidades até a volta do Cruzeiro para casa, em 2013. Quem sabe até lá, Fábio, junto com o Cruzeiro e a China Azul, tenhamos conquistado mais Brasileiros e Libertadores...

O ônus

Fotos: Washington Alves/VIPCOMM

O jogo entre Cruzeiro e Santos foi bem movimentado, mas não passou do 0 x 0. Para quem achou que o time celeste estaria retrancado diante do poderio ofensivo santista, e devido à entrada de quatro volantes no time, viu a Raposa atacando e sofrendo vários contra-ataques. Poderíamos muito bem ter saído da nossa última partida no velho Mineirão com uma vitória.

Tivemos bola na trave e superioridade numérica em campo. O time foi para cima, mas não conseguiu marcar. Faltou atacante de verdade. Um elenco que foi considerado o melhor do Brasil e que deixou o Cruzeiro como 4º melhor time do mundo, hoje não é mais o mesmo. Os atletas chegaram ao seu limite, sem contar que alguns saíram.

O ônus caiu sobre Adilson Batista, que anunciou nos vestiários que domingo, contra o Atlético Goianiense, será sua última partida pelo Cruzeiro. Ele foi um excelente profissional no tempo em que esteve aqui. Puderam-se ouvir suspiros de alívio pelo lado de Vespasiano. Amanhã comento mais sobre técnico.